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Meditação e Hipnose: Diferenças e Semelhanças.

Meditação e Hipnose: Diferenças e Semelhanças.

A Hipnose e a Meditação são ferramentas bastante confundidas pela população em geral, e até mesmo entre profissionais que trabalham com elas. Nesse artigo abordaremos somente os conceitos de Hipnose e Meditação que são utilizadas para algum beneficío, seja ele mental, psicológico, físico ou espiritual.

Ambas possuem algumas semelhanças, mas também possuem muitas diferenças expressivas.

Existem várias linhas de meditação atualmente, e cada uma possui conceitos filosóficos e processos ritualísticos diferentes. Porém, de forma generalista, a meditação tem uma finalidade clara, que é chamada de “UP TIME”, que seria estar fora de qualquer estado, experimentando somente o momento presente.

Já a Hipnose nesse quesito, ocorre justamente o contrário, pois estamos em um processo considerado “DOWN TIME”, ou seja, podemos atingir diversos estados emocionais, sensitivos ou imaginários completamente diferentes, além de também transitar pelo tempo. Em Hipnose, o sujeito não permanece apenas no presente, e sim pode ser direcionado para o futuro ou para o passado através de técnicas de regressão ou ponte para o futuro por exemplo.

Uma outra diferença importante entre ambas, é a presença da sugestão ou da instrução. Quando estamos falando de meditação guiada por exemplo, não estamos falando de uma meditação na sua forma pura ou original, portanto, esse tipo de meditação é confundida com a auto hipnose pois existem diversas sugesões que guiam a pessoa de forma intencional para estados alterados, como por exemplo: “Imagine que vc está em uma praia deserta, e o vento bate em seu rosto”. Esse tipo de Meditação Guiada não é uma “meditação clássica” pelo fato de envolver sugestões e direcionamentos. Nas meditações tradicionais não ocorrem sugestões e direcionamentos, sendo que o indivíduo se concentra apenas no momento presente ou no aqui e agora.

No caso da Hipnose Clínica por exemplo, a presença das sugestões,  instruções ou de alguma abordagem terapêutica, quase sempre irão permear todo seu processo. Essa forma de trabalhar em hipnose tem o intuito de elevar a consciência do sujeito, além de facilitar a ocorrência de insights, o que pode gerar um processo de novas escolhas, mudanças de padrões de comportamentos, ressignificação de sentimentos entre outras situações.

Dentro de uma Terapia ou de um Processo Terapêutico, sabemos que a Hipnose possui mais conformidade e maior gama de possibilidades para se trabalhar com o paciente em relação à Meditação. Porém, sabemos que abordagens meditativas, como o Mindfullnes por exemplo, também possui bons resultados em processos de terapia. Inclusive o Mindfulness é considerado uma ferramenta da terceira geração da Psicologia para se trabalhar na Clínica.

A Meditação para ansiedade por exemplo, pode servir como coadjuvante em um processo de terapia. Porém, a prática meditativa de forma isolada não é considerada uma terapia. É claro que tudo depende do conceito do que é uma terapia. Mas quando estamos falando de um processo de terapia na clínica, esse tipo trabalho normalmente vai envolver vários elementos que um processo de meditação individual não possui. Como uma anamnese, a construção do vínculo terapeuta-paciente, o acompanhamento extra-clínico do terapeuta, as abordagens e ferramentas que serão utilizadas e também o engajamento do paciente durante todo o período da terapia.

Uma outra diferença entre a Hipnose e a Meditação, e a forma e a frequência em que ambas são praticadas. Em geral, pessoas que meditam costumam fazê-la praticamente todos os dias, seguindo uma espécie de ritual, horário ou padrão, sendo que essa prática geralmente tem o intuito de relaxamento mental e de se desligar dos pensamentos.

Na Hipnose voltada para Clínica a situação é bem diferente, pois ela não tem o intuito de fazer com que a pessoa se desligue dos seus pensamentos. Até mesmo porque, os pensamentos ou processos de imaginação podem servir de gatilhos para disparar emoções, sentimentos ou diferentes estados objetivando a resolução de algum problema dentro de um contexto terapêutico.

E com relação a frequencia da utilização da hipnose, na maioria das vezes ela é usada somente em um ambiente terapêutico, com exceção da auto hipnose, que pode ser praticada fora da clínica. A auto hipnose, diferentemente da meditação, não costuma ter processos ritualísticos e padrões de utilização, porém, esses elementos podem ser aplicados na Auto Hipnose também.

Se tratando das semelhanças entre a Hipnose e a Meditação, talvez a mais notável e importante, é que as duas geram um estado alterado de consciência. Cada uma delas tem o seu propósito particular, mas independentemente disso, a alteração da consciência ocorre em ambas.

Outra semelhança, é o estado de relaxamento físico e mental que ambas promovem. Esse relaxamento é causado pela ativação do Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático. Na meditação o relaxamento é um estado primordial. Já na hipnose, não é estritamente necessário que o indíviduo relaxe profundamente ou então que alcance um certo nível de relaxamento. Inclusive, essa é uma confusão muito comum, pois as pessoas acham que para estarem em hipnose, elas devem atingir uma profundidade de relaxamento muito expressiva. O que não é verdade.

E por último, notamos as suas semelhanças terapêuticas. Ambas tem propósitos de alcançar uma melhora na saúde física, mental ou espiritual, onde nenhuma delas é maioral ou melhor em relação a outra, pois cada pessoa possui necessidades particulares, sendo que, enquanto alguém pode ter uma melhor adesão a Hipnose, outro pode se adaptar melhor a Meditação.

 

 

 

Dr. Renan Boucault

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