A psicanálise foi originada no século XIX por Sigmund Freud, médico psiquiatra e neurologista, que no início de sua carreira se deparou com as limitações da medicina convencional, e então, foi a procura de métodos alternativos para tratar seus pacientes, inicialmente buscando os conhecimentos do médico Jean-Martin Charcot.
Após dois anos de estudos com Charcot, Freud inicia seu contato com o famoso médico Josef Breuer, que também possuía uma maneira diferente de tratar seus pacientes.Entre 1893 e 1895, Breuer e Freud escreveram os “Estudos da Histeria”, conhecimento ainda pré-psicanalítico, pois ambos utilizavam o método catártico na clínica. Esse método trabalhava de forma sugestionadora, fazendo com que o sujeito rememorasse seus traumas e revivesse o conteúdo afetivo e emocional ligado ao seu sintoma, assim, após essa experiência, seus sintomas ou transtornos poderiam desaparecer.
Um ano seguinte, em 1896, Freud rompe com Breuer e vai utilizar pela primeira vez a palavra Psicanálise com o intuito de analisar os componentes do aparelho psíquico humano. Essa análise era feita através da escuta do paciente, objetivando entender o conteúdo daquele discurso e desvendando qual era o real significado da fala do analisante.
Em seguida, no início de 1900, a obra de Freud “Interpretação dos Sonhos”, foi considerada como o marco inicial da Psicanálise.
Freud passou a desenvolver suas descobertas na psicanalise inicialmente na primeira tópica, onde dividiu o aparelho psíquico em 3 instâncias, que são o pré-consciente, o consciente e o inconsciente. Depois, ele define e acrescenta uma segunda tópica, dividindo a psiquê em outras 3 separações, o Id, o Ego e o Superego.
A psicanálise, através da escuta pela atenção flutuante do analista e da livre associação do analisante, vai permite tratar os mais diversos tipos de “psicopatologias” que podem ser enxergadas dentro das neuroses, psicoses e perversões. Atualmente, os mais diversos tipos de transtornos de ansiedade, transtornos de humor (depressão) e de personalidade, também são bem suportados e tratados pela psicanálise.
Em sua trajetória, Freud elaborou diversas teorias que foram e são utilizadas na clínica psicanalítica, como o complexo de édipo, os conceitos de libido, pulsão, recalcamento, transferência, contratransferência, representação, resistência, mecanismos de defesa entre muitos outros.
Levando a diante os trabalhos de Freud, outros diversos autores puderam expandir o pensamento psicanalítico, muitos deles são chamados de “pós freudianos”, sendo que outros são considerados ainda freudianos pois apenas releram a teoria freudiana de forma diferente e/ou expandida.Dentre esses autores, o médico psiquiatra Jacques Lacan, se configura como um grande expoente da Psicanálise nos anos 50 na França e posteriormente no mundo todo.
Fazendo sua leitura própria da teoria freudiana, Lacan reescreveu o inconsciente como estrutura de linguagem. Também contribuiu com diversas outras chaves importantes para a psicanálise, dentre elas a distinção entre os conceitos de simbólico, imaginário e o Real.
Na terapia Lacaniana, o analista é mais cuidadoso em suas interpretações e devolutivas, fazendo com que o próprio sujeito se analise, pois é ele quem sabe sobre si mesmo, e não o analista, mesmo esse sendo considerado como o sujeito suposto saber pelo analisante.
Por final, a psicanálise é uma práxis que pode auxiliar o indivíduo nos mais diversos tipos de problema, como em um desafeto, no luto, na angústia, na ansiedade, nos sintomas psicossomáticos, em processos depressivos, fobias entre outros sofrimentos psíquicos.