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“Fobia: o que é e como tratar”

“Fobia: o que é e como tratar”

Fobia é uma palavra usada para definir quando o sujeito está em um estado de medo elevado de algum objeto, animal, lugar, doença, pessoa ou situação/contexto.

As fobias não são medos comuns de fácil gerenciamento. Elas são medos exacerbados que normalmente geram mudanças de comportamentos a ponto do indíviduo evitar ao máximo o contato com o elemento fóbico.

Algumas pessoas, pelo simples fato de pensar em algo que dispare tal fobia, ja podem entrar em processos de crise de ansiedade ou até mesmo em uma crise de pânico. Por isso é difícil gerenciar e controlar uma Fobia que já está bem consolidade e instalada sem auxilio terapêutico.

As consequências das fobias são diversas, pois é um grande sofrimento ter que entrar em contato com o elemento fóbico ou então ter que evitar ao máximo a situação. Esse sofrimento pode gerar prejuízos na área social, relacional, afetiva ou profissional, sendo que inevitavelmente, a qualidade de vida dessa pessoa será afetada.

Os sintomas principais que uma fobia pode disparar são:

  • Falta de ar;
  • Taquicardia (coração acelerado);
  • Confusão mental;
  • Sensação de desmaio;
  • Repugnância, repulsa ou nojo;
  • Aumento da sudorese;
  • Calafrios e/ou tremores;
  • Paralisia;
  • Agitação corporal;
  • Desconfortos abdominais;
  • Dores de cabeça;
  • Aperto e pressão no peito.

 

A maneira mais fácil de explicar uma fobia, é que ela é gerada por um erro de interpretação quando o sujeito entra em contato com algum objeto ou situação dentro de um contexto de impacto emocional e stress.

Por exemplo, uma criança pode entrar em contato com um animal, seja uma barata, ou qualquer inseto, um rato ou uma cobra, e nesse momento recebe estímulos perigosos do ambiente onde outra pessoa pode manifestar um medo excessivo daquele animal, tomando atitudes de ter que matá-lo a qualquer custo ou fugir imediatamente para garantir sua proteção. Nesse exato momento, essa criança recebe esse estímulo do ambiente pode fazer um erro de interpretação, onde aquele animal que era considerado inofensivo, agora, se torna muito perigoso. Essa interpretação é construída após a atuação do sistema límbico através das emoções. Quando uma emoção está em evidência a parte racional e cognitiva fica em segundo plano, logo, esse erro de interpretação é instalado e aprendido, e assim, toda vez que essa pessoa entrar em contato novamente com aquele mesmo animal, aquelas mesmas emoções que ocorreram podem vir à tona em conjunto com o erro de interpretação de achar que aquele animal é potencialmente perigoso.

Esse erro de interpretação também pode ser imaginário. Quando por exemplo o sujeito assisti filmes de terror sobre insetos, répteis entre outros, ou filmes e notícias de pessoas que caem de penhascos, prédios ou de uma altura grande, e assim começam a desenvolver suas respectivas fobias como de animais ou altura por exemplo.

Após esse erro de interpretação, as situações que fazem a fobia perdurar é a manutenção dos pensamentos de auto preservação vínculados ao elemento fóbico em conjunto com a evitação de entrar em contato com aquele elemento ou contexto.

Quanto mais o sujeito pensa naquele erro de interpretação e mais ele evita o contato com aquele elemento fóbico, mais aquela fobia é fortificada e mais sintomas podem ser desenvolvidos.

O padrão mental e comportamental de evitar o elemento fóbico consolida a ativação de neurônios específicos que disparam a sensação do medo com objetivo da auto-preservação, pois se aquele elemento foi interpretado como algo que pode causar danos a si próprio, o indivíduo entende que evitar o perigo é a melhor estratégia.

Então, de forma insconciente esses medos vão gerando mudanças comportamentais ou até mesmo de personalidade dependendo do tamanho do impacto emocional e do erro de interpretação durante a situação.

Existem outros medos que não são categorizados como uma fobia propriamente dita, mas que também seguem uma lógica teórica similiar sob a ótica do funcionamento cerebral e da mente. Como por exemplo, o medo de perder pessoas queridas. A cada vez que a pessoa projeta um pensamento que está vinculado a possível perda dessa pessoa, será ativada uma especificidade de neurônios que mantém esse padrão de medo. Quanto mais a pessoa pensa nesse contexto, mais esse padrão é consolidado, fazendo com que mudanças de comportamentos ocorram, como por exemplo nunca querer perder a pessoa de vista ou estar o tempo todo preocupado(a) com essa pessoa querida que pode ser imaginariamente perdida.

 

 

Segue uma lista de algumas fobias mais comuns com seus respectivos nomes abaixo:

  • Acrofobia – medo de altura
  • Acusticofobia – medo de barulhos
  • Aerodromofobia – medo de viagens aéreas
  • Anuptafobia – medo de ficar sozinha(o) ou solteira(o)
  • Claustrofobia – medo de lugares fechados
  • Cleptofobia – medo de ser roubado
  • Coitofobia – medo ou aversão a sexo
  • Demofobia – medo de multidões
  • Dentofobia – medo de dentistas
  • Escotofobia – medo de escuro
  • Fobia Social – medo de ser avaliado negativamente (socialmente)
  • Iatrofobia – medo de ir ao médico
  • Insectofobia – medo de insetos
  • Monofobia – medo da solidão ou ficar só
  • Necrofobia – medo da morte ou de coisas mortas
  • Neofobia – medo de qualquer coisa nova
  • Pantofobia – medo do sofrimento ou doença
  • Quiraptofobia – medo de ser tocado
  • Zoofobia – medo de animais

 

Solucionando as Fobias

Para tratar uma fobia, devemos entender os mecanismos desse padrão de comportamento fóbico para então podermos iniciar um processo de mudança.

A base da mudança começa com o entendimento primário de que a Fobia é mantida e consolidada através da “evitação” para com o elemento fóbico.

Quanto mais a pessoa evita a situação ou o elemento fóbico, mais aquela fobia é instalada e condicionada.

Se a evitação é o que mantém o problema, a solução vai estar na desenssibilização do problema. Ou seja, é importante parar de evitá-lo e desenvolver estratégias para entrar em contato com aquele elemento fóbico para que ocorra a habituação mental e física, e assim, paralelamente ocorra a desenssibilização.

Óbviamente, cada fobia tem o seu tamanho, bem como a sua complexidade. Diante disso é importante nós avaliarmos o grau e o volume dos sintomas que o elemento fóbico dispara em nossa mente e em nosso corpo em geral. Pessoas que tem medo de ver sangue por exemplo, podem apresentar diversos sintomas, desde uma rápida e controlável repugnância, ou até mesmo cair no chão por um desmaio subido logo após ver o sangue.

Nos casos onde os sintomas disparados são severos, como por exemplo um desmaio ou uma crise de pânico incontrolável, a dessensibilização deve ser feita de maneira calibrada e indireta, com o mínimo de exposição possível ao elemento fóbico para que a magnitude dos sintomas não se exceda.

Para que ocorra um resultado concreto numa fobia, o trabalho de dessensibilização pode durar poucos minutos ou até mesmo alguns meses. Tudo vai depender da magnitude da fobia e da disposição em que o indivíduo terá em trabalhar com seus medos.

A hipnose é uma excelente ferramenta para trabalhar e conseguir resultados com uma fobia. Com ela, pode ser realizada a dessensibilização e ao mesmo tempo pode ser alterada a percepção do erro de interpretação com relação ao contexto que gerou tal fobia.

Na terapia para fobias, podem ser realizadas técnicas de reenquandramento dos elementos fóbicos, o que também favorece a dessensibilização e a mudança de percepção em relação ao padrão fóbico.

A regressão é uma outra ferramenta que também pode ser utilizada para tratar eventos fóbicos passados, porém, ela é usada somente em alguns tipos de situações, após uma anamnese detalhada, e de forma calibrada e personalizada.

Outra forma de tratar fobias é através de técnicas manuais e corporais, como por exemplo a Microfisioterapia, que atua na liberação de traumas, ativação do sistema parassimpático e da capacidade natural do organismo em se auto regular. Essas técnicas manuais auxiliam na redução dos sintomas físicos como a taquicardia, a respiração ofegante, agitação física, sudorese, desconfortos abdominais entre outros.

Em geral, cada indivíduo pode se favorecer com um tipo especifico de técnica ou com a combinação delas e não existe uma técnica melhor do que outra para tratar fobias. O que existe é a capacidade e a experiência do terapeuta em auxiliar o seu paciente.

Se você tem uma fobia, seja ela qual for, e não consegue resolve-la sozinho(a), procure ajuda terapêutica e profissional.

 

Dr. Renan  Boucault

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