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O Nocebo Médico

O Nocebo Médico

Muito se fala sobre o efeito PLACEBO e pouco sobre o efeito NOCEBO. O que é um erro, pois o nocebo atualmente é mais presente que o placebo no ambiente médico.

 

Um é o oposto do outro. O efeito placebo é qualquer coisa que te cause conforto, acalento, confiança em sua saúde e organismo, bem estar, disposição e melhora de sintomas.

Esse efeito placebo é causado pela boa aceitação na conduta médica ou terapêutica de qualquer profissional da área da saúde. Não é causada pelas mudanças bioquímicas do medicamento dentro organismo, ou por qualquer sugestão e orientação do profissional em si, mas sim, causada pela crença de que aquilo que está recebendo irá gerar um bem estar à sua saúde.

 

Quantas vezes vimos pacientes ouvir de seu médico que aquele sintoma relatado não era nada preocupante, e depois desse dia aquele sintoma reduziu e foi embora…?

O Efeito Placebo é a famosa água com açúcar que surti ótimos resultados.

 

Mas e o efeito Nocebo?

Esse é perigoso. É tudo que causa medo, pânico, piora da imunidade, agravamento dos sintomas, aumento da sensação de incapacidade e sentimentos de impotência.

Ele pode destruir a vida de uma pessoa. Atendo diariamente pessoas imersas nesse efeito Nocebo, sendo algumas sem possibilidade de reversão. Como por exemplo os efeitos nocebos dos diagnósticos de doenças crônicas ou CA (câncer).

 

Nesses dois casos citados acima, algumas vezes, o problema não está na doença propriamente dita. O problema está na maneira como esse diagnóstico é recebido e percebido pelo paciente e quais são as crenças do paciente que estão entorno daquele problema.

 

Quando uma autoridade médica diz friamente para você que seus pulmões estão tomados e comprometidos enquanto olha sua radiografia pulmonar, você pode desenvolver um pico de dificuldade respiratória e baixa na Saturação de O2. Isso ocorre não exclusivamente pelo comprometimento pulmonar, mas pelo medo da morte também.

Pois ouvir um veredito final de “pulmões comprometidos” nos remete a risco de vida, e isso implica em sintomas respiratórios por modulação do sistema nervoso.

Nos dias atuais, durante a pandemia, quantas pessoas pegaram seu teste positivo para Sars Cov 2, e sem nenhum comprometimento pulmonar radiográfico começaram a apresentar falta de ar logo após visualizar o resultado do teste? Com certeza inúmeras pessoas. E não pelo vírus, mas pelo Nocebo do medo e do risco de vida.

 

O tamanho do efeito Nocebo é proporcional à como aquela pessoa enxerga e recebe aquele diagnóstico ou informação daquela autoridade.

 

Se um oncologista disser friamente ao seu paciente que ele está com um Melanoma  (câncer de pele que se origina nos melanócitos), é provável que este se sinta impotente ou entre em pânico. E esse efeito nocebo vai repercutir drasticamente e negativamente em um possível tratamento. Esses efeitos vão variar entre sentimentos de solidão, impotência, despedida da vida, tristeza, medo e etc…

 

Se esse mesmo oncologista for a casa de um homem do campo, que está fora da cidade, e mal aprendeu a língua portuguesa, e disser que ele está com esse mesmo Melanoma, é provável que não ocorra nada com esse homem, e então, seu próprio organismo e os medicamentos propostos podem dar conta desse “problema” sem o efeito nocebo.

Atravessar um problema de saúde sem o efeito Nocebo é infinitamente mais fácil do que em pânico ou desolado.

 

Por isso, a comunicação médica e/ou terapêutica é fundamental no prognóstico de qualquer sintoma, doença ou problema.

Quanto mais sereno e tranquilo se recebe uma informação ou diagnóstico de uma autoridade médica, melhor ela é processada e isso influencia diretamente na sua saúde (Efeito PLACEBO).

Quanto pior se recebe uma informação de uma autoridade médica, piores são as chances de você passar naturalmente pelo seu problema, o que traz a piora do quadro clinico e sintomático. (Efeito NOCEBO).

 

Estratégias de comunicação com o paciente não são ensinadas nas Universidades e Faculdades de Medicina, oque deveria ser matéria fundamental.

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